ANAHP 2022 — Propostas para o futuro da saúde no Brasil — [sumário executivo]


Anahp — Associação Nacional de Hospitais Privados.

Julho 2022


Sumário Executivo editado por:


Joaquim Cardoso MSc.
health transformation .
research and advisory institute
6 de Agosto de 2022

Pontos abordados nas recomendações:


· 1.SUS: tão importante quanto frágil

· 2.Qualidade e eficiência na saúde

· 3.Pouca inovação, muita dependência

· 4.Sobram ou faltam profissionais da saúde?

· 5.Sobram informações, faltam indicadores

· 6.A legislação e a regulação estão cumprindo com seu papel?

· 7. Saúde suplementar


Carta do presidente


A Anahp — Associação Nacional de Hospitais Privados — entidade que congrega os principais hospitais privados de excelência do país — foi constituída em 2001 para defender os interesses e necessidades do setor, bem como expandir as melhorias alcançadas pelas instituições privadas para além das fronteiras da Saúde Suplementar, favorecendo assim todos os brasileiros.


E com esse propósito, a Associação vem desempenhando seu papel em várias frentes e desenvolvendo iniciativas nos âmbitos técnico, político e social.


Em 2015, a partir de uma visão macropolítica, econômica e social e buscando a essência de um modelo de saúde que pudesse contribuir para a sociedade brasileira, com foco no cidadão usuário do sistema de saúde, a Anahp lançou o Livro Branco: Brasil Saúde 2015, fruto de extensa análise do sistema de saúde brasileiro e de experiências mundiais.


O documento apresenta propostas para o aprimoramento da atenção à saúde e da atuação integrada entre os setores público e privado, visando uma assistência com maior qualidade e eficiência.


Em 2019, entendendo que as propostas do Livro Branco permaneciam atuais, a entidade revisitou o documento e, em parceria com a Universidade de Erasmus, na Holanda, traduziu na prática as propostas efetivamente aplicadas ao sistema de saúde.


Foram incorporadas à publicação como deveriam ser as jornadas de três pacientes com diferentes condições clínicas, sociais e mentais, no sistema de saúde ideal. Esta reedição foi denominada: “Livro Branco: Brasil Saúde 2019 | Saúde & Cuidados do Amanhã”.


Em 2022, pleno ano eleitoral no Brasil, revisitando as propostas do Livro Branco, lamentavelmente percebemos que pouca ou quase nenhuma evolução se concretizou em sete anos.


E para piorar a situação, vivemos em 2020 e 2021 uma pandemia sem precedentes, que expôs as fragilidades e colapsou os sistemas de saúde no mundo todo. Foram quase 700 mil vidas perdidas só no País.


Desta vez, nosso objetivo como associação não será atualizar as propostas do Livro Branco, já que elas permanecem atuais, mas sim trazer elementos que ajudem os nossos governantes a identificarem de forma muito objetiva as necessidades e carências mais urgentes para o agora.


Desta vez, nosso objetivo como associação não será atualizar as propostas do Livro Branco, já que elas permanecem atuais, mas sim trazer elementos que ajudem os nossos governantes a identificarem de forma muito objetiva as necessidades e carências mais urgentes para o agora.

Com o mote “2022: o ano de ouvir a saúde”, a Anahp estabelece uma linha de ações e entregas que têm o objetivo de trazer para o debate político e social a importância do debate sobre melhorias para o sistema de saúde e seus players.


Para este suplemento, em parceria com o importante portal de informações JOTA, trouxemos propostas de mais de 50 nomes de especialistas notórios do setor, que estão organizadas pelos eixos:

  • “SUS: tão importante quanto frágil”
  • “Qualidade e eficiência na saúde” 
  • “Pouca inovação, muita dependência” 
  • Sobram informações, faltam indicadores” 
  • “Sobram ou faltam profissionais da saúde?” 
  • “A legislação e a regulação estão cumprindo com seu papel?” e 
  • “Saúde suplementar”.


O desejo é que este conteúdo, juntamente com o “Livro Branco: Brasil Saúde 2019 | Saúde & Cuidados do Amanhã” (versão mais atual do paper) possam contribuir para a reflexão e melhorias concretas da saúde dos brasileiros.

Eduardo Amaro, 
 presidente do Conselho de Administração da Anahp.



Os corredores estreitos do debate sobre saúde no Brasil [Carta do Diretor]


Um paradoxo que prejudica a todos nós, brasileiros. O debate sobre saúde não consegue se libertar dos corredores estreitos a que foi condenado no Brasil por mais decisivo que seja para o nosso futuro.


Ideologizado, carrega preconceitos recíprocos entre os setores público e privado. Infantilizado pelo populismo e pela demagogia, perde a noção da própria natureza técnica e científica.


Partidarizado, persegue soluções mágicas de curto prazo e abandona, assim, a única fórmula para ter sucesso — consistência e continuidade ao longo do tempo com políticas de Estado. Segmentado, torna-se refém de interesses apenas parciais.


Submisso às corporações, conflita no dia a dia com o que deveria ser sua motivação ética: trabalhar para todos.


No mundo real, as dificuldades do setor de saúde do Brasil tornam-se um complexo caleidoscópio onde é necessário, simultânea e contraditoriamente, ter orgulho pelo que avançamos e vergonha pelo que ainda sofremos; festejar ilhas de excelência ao lado de vazios onde o acesso digno à assistência é um sonho distante; enfim, uma confusa babel para a qual olham, na condição de vítimas, os brasileiros que poderiam ter um sistema de saúde, público ou privado, mais digno, mais organizado. Muito melhor.


Em novo período eleitoral, como o que vivemos, atores políticos, em campanha, oferecerão soluções imediatistas para problemas de longo prazo. Ou reproduzirão, na esperança de apoio, o ruído de corporações ou de segmentos, sem qualquer visão do todo.

Em novo período eleitoral, como o que vivemos, atores políticos, em campanha, oferecerão soluções imediatistas para problemas de longo prazo. Ou reproduzirão, na esperança de apoio, o ruído de corporações ou de segmentos, sem qualquer visão do todo.


Mas este não é um período eleitoral qualquer. Em 2022 vota-se logo depois ou ainda durante uma pandemia que diagnosticou exaustivamente nossas dificuldades. E demonstrou, às custas de centenas de milhares de mortes e tragédias pessoais e familiares, a inadiável importância de avançarmos.

Mas este não é um período eleitoral qualquer. Em 2022 vota-se logo depois ou ainda durante uma pandemia que diagnosticou exaustivamente nossas dificuldades. E demonstrou, às custas de centenas de milhares de mortes e tragédias pessoais e familiares, a inadiável importância de avançarmos.


Melhorias no sistema, porém, vão depender, antes de tudo, da nossa capacidade de fazer a saúde ser ouvida.


Não faltam propostas tecnicamente consolidadas e majoritárias, quando não unânimes, sobre o que precisa ser feito.


O que nos falta são as condições para avançar o necessário e o correto em meio à babel.

Melhorias no sistema, porém, vão depender, antes de tudo, da nossa capacidade de fazer a saúde ser ouvida.


Neste cenário, a Anahp foi criada há 21 anos com duas ideias centrais.


Primeiro, a defesa do acordo nacional consagrado pela Constituição: um sistema de saúde, único, universal, integral, que prevê a presença e a atuação de prestadores de serviço privados.

Segundo: respeitar o paciente, colocá-lo verdadeiramente no centro das atenções e prestar-lhe assistência digna e qualificada.

Em outras palavras: que em nenhum hospital a escolha fique entre lucro e dignidade.

Que o lucro seja buscado como condição para a sustentabilidade da atividade de prestação de serviços.

E nunca como decorrência da redução do nível assistencial e moral da atividade.


O fato de ser parte de um sistema pulverizado e complexo obriga a Anahp, por decisão sua, a ouvir muito e ouvir a todos, como testemunham seus eventos, publicações e posicionamentos.


Ouvir a sociedade e nela conviver, em especial, com as queixas, os anseios e as posições dos pacientes.

Ouvir, ainda quando para discordar, as autoridades executivas, legislativas e regulatórias.


Ouvir, também, para ser ouvido.


Parte das dificuldades da cadeia de saúde no Brasil decorrem da fraca voz do próprio setor, em grande parte por sua tendência à segmentação abusiva, à defesa apenas do específico e do particular.

Ou à dificuldade para compreender que não há atividade, por mais rica ou economicamente poderosa que seja, capaz de ser ouvida se não se colocar objetivamente a serviço do sistema como um todo, leia-se contribuir para que o sistema cumpra seu maior objetivo — permitir acesso à assistência à saúde. E acesso digno.


Essas premissas fazem parte do direcionamento estratégico da Anahp, afirmado por seu Conselho de Administração, sua governança, seus associados. 

E fortalecida neste ano de 2022 pela constatação que este tem que ser um ano para ouvir a saúde.


Dentre as atividades organizadas para 2022, com este objetivo, a Anahp foi encontrar no portal de notícias JOTA um valioso parceiro na tarefa de ouvir para ser ouvido.


Em um intenso e profundo trabalho, desenvolvido há meses, JOTA e Anahp identificaram mais de 50 vozes influentes do setor de saúde.


Não nos perguntamos se eram vozes que pensam como a Anahp. Não nos preocupamos com o que diriam. Não desejávamos editar a realidade do debate sobre saúde, ajustando-o às cores por nós preferidas.


Queríamos, isto sim, que a coleção dessas opiniões, colhidas, redigidas e editadas pelo JOTA, contribuíssem com autoridades e candidatos e com o próprio setor no exercício de ouvir, tão difícil entre nós.


Não haveria tempo nem espaço para todas as vozes. Às ausentes, nossas desculpas. Mas as que estão presentes nessa consulta — a mais ampla e pluralista já feita nos tempos recentes do sistema de saúde no Brasil — formam um painel muito amplo, muito democrático e muito verdadeiro dos temas e posições em jogo no sistema de saúde do Brasil.


Observarão ainda que a Anahp fez questão de, como anfitriã, não participar dos sete capítulos/temas em que didaticamente o trabalho foi dividido.


Preferimos, através destas colocações iniciais, discutir de forma breve porque não somos ouvidos, como setor. E como será decisivo passar a sermos ouvidos.


Move-nos, acima de tudo, a convicção de que existem soluções técnicas conhecidas para a quase totalidade dos problemas que o sistema enfrenta.


O que falta é a criação de condições políticas para que elas possam ser adotadas, planejadas e executadas como Políticas de Estado, protegidas dos males da exacerbada ideologização, do populismo, do imediatismo, da falta de coerência e de sequência.

O que falta é a criação de condições políticas para que elas possam ser adotadas, planejadas e executadas como Políticas de Estado, protegidas dos males da exacerbada ideologização, do populismo, do imediatismo, da falta de coerência e de sequência.

· Quem deixaria de concordar que a batalha contra a doença estará perdida, se não conseguirmos retomar algo que o Brasil até já fez de forma mais consistente promovendo a saúde, prevenindo doenças?

· Ou ainda, que é urgente reorganizar o sistema para que nele portas de entrada, no público ou no privado, organizem a jornada do paciente, evitando o “modelo hospitalocêntrico”, a falta de resolutividade de postos iniciais de atendimento, a inferioridade salarial e profissional dos médicos de família, os generalistas, o bom e velho clínico geral?

· Quem se oporia ao diagnóstico da necessidade urgente de reordenar instalações, equipamentos e profissionais ao longo do território brasileiro, fazendo ainda da saúde digital oportunidade imperdível para ampliar acesso?

· Como divergir que pilotamos o sistema às cegas no Brasil em plena era dos dados, pela incapacidade de transformar informações esparsas em um sistema organizado para fins de planejamento? Como seguir desconhecendo a importância de métricas e indicadores que oferecem radar preciso para decisões sobre políticas e alocações de recursos?

· Onde encontrar quem se recuse a constatar que nossa formação de profissionais, especialmente os de medicina, enfrenta grave crise por não se adaptar às novas exigências? E por termos trocado a pretensão de formar profissionais bem qualificados pela satisfação com números enganosos do aumento de diplomados?

· Como encontrar, em pleno 2022, quem ainda tenha dúvidas sobre a necessidade de convivência e integração entre as estruturas públicas e privadas em nome do compromisso maior de ambos — contribuir para o acesso da população à saúde?

· A propósito: como defender que o SUS precisa apenas de mais fontes de financiamento, desprezando a necessidade de uma vigorosa modificação em seus padrões de gestão e de coordenação entre os níveis federal, estaduais e municipais?

· No setor privado, como desconhecer a obrigação — obrigação — de estimular e proteger os que insistem em oferecer assistência com qualidade, baseada em profissionais qualificados, tecnologia moderna e padrões internacionais de gestão?

· Até quando poderemos seguir sem uma atenção carinhosa à ciência e aos cientistas através de uma política objetiva sobre inovação no campo da saúde, que ponha fim aos desperdícios de talentos — hoje produto de exportação?

· E, também, do fortalecimento da capacidade nacional de produção de insumos e equipamentos, sem repetir erros do passado recente e usando, de forma séria e moderna, a capacidade de compra do Estado e seu poder de indução aos agentes produtivos do sistema, nacionais ou globais.

Enfim, sejamos discretamente otimistas.

· Há — e muito — para fazer.

· Há como fazer.

· Falta criar as condições estáveis para uma discussão mais plural, onde ouvir seja véspera de ser ouvido.

A Anahp, recém completada sua maioridade, acredita que este pode ser o momento. E está trabalhando para isso.

Boa leitura.

Antônio Britto,

diretor-executivo da Anahp



Estrutura da publicação


· 1.SUS: tão importante quanto frágil

· 2.Qualidade e eficiência na saúde

· 3.Pouca inovação, muita dependência

· 4.Sobram ou faltam profissionais da saúde?

· 5.Sobram informações, faltam indicadores

· 6.A legislação e a regulação estão cumprindo com seu papel?

· 7. Saúde suplementar



CAPÍTULO 1 • SUS

Sobre a força e as fragilidades do sistema público de saúde brasileiro


As Propostas


  • Usar o fundo público para o financiamento única e exclusivamente do SUS 
  • Oferecer subsídios públicos para o setor privado apenas em projetos e programas com o propósito de melhorar a saúde pública 
  • Fortalecer e ampliar a atenção primária à saúde 
  • Incentivar políticas nacionais, estaduais e municipais de prevenção e promoção da saúde
  • Modernizar o modelo de financiamento do SUS, com base em evidências e resultados 
  • Padronizar nacionalmente os processos de compra e aquisição pelo SUS 
  • Garantir aos estados e municípios a maior parte dos recursos usados para financiar a saúde 
  • Estimular as parcerias público-privadas, desde que o financiamento seja público 
  • Profissionalizar a governança do sistema, mediante parcerias com o setor privado e com planejamento de longo prazo 
  • Usar o modelo da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares na gestão dos hospitais estaduais e municipais e na Santas Casas

CAPÍTULO 2 • QUALIDADE E EFICIÊNCIA NA SAÚDE

Sobre a importância da promoção da saúde e a prevenção para aumentar tornar o sistema mais ágil e mais resolutivo


As Propostas


  • Acelerar a transformação digital do SUS 
  • Mudar os modelos de gestão, financiamento e pagamento 
  • Aumentar o financiamento destinado à APS e fazer da área uma prioridade dos governos 
  • Treinar e valorizar as equipes multidisciplinares da APS 
  • Reestruturar e fortalecer a APS para aumentar sua resolutividade 
  • Garantir a longitudinalidade da atenção primária 
  • Por meio da telemedicina, oferecer às equipes de APS o apoio de especialistas 
  • Cadastrar e conhecer, por meio de dados acionáveis, a população do território da UBS 
  • Basear as políticas e programas de promoção à saúde e prevenção de doenças em evidências científicas 
  • Nas campanhas, usar linguagem amigável e inclusiva 
  • Usar a tecnologia para divulgar essas mensagens em diferentes plataformas e formatos 
  • Abrir espaço para participação social na construção e validação desses conteúdos
  • Garantir a integralidade entre os diferentes níveis da saúde
  • Reforçar junto à população seu papel de corresponsável pelo cuidado
  • Conectar sempre a conscientização com o acesso


CAPÍTULO 3 • PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

Sobre a importância do desenvolvimento científico e tecnológico para a saúde — e o Brasil


As Propostas


  • Valorizar a dimensão produtiva da saúde como estratégia de Estado
  • Fortalecer o complexo industrial da saúde, determinar a os produtos prioritários e
  • Internalizar a produção, de modo a diminuir a dependência brasileira
  • Incentivar as parcerias público privadas, utilizando o poder de compra do Estado e fortalecendo os órgãos de fomento, como o BNDES e a Finep 
  • Fazer da ciência uma política de Estado, de longo prazo, mais perene 
  • Ampliar o financiamento para ciência e tecnologia 
  • Colocar a inovação no centro do planejamento estratégico da saúde 
  • Criar marcos legais que amparem a produção científica nacional
  • Remunerar bem os melhores cientistas 
  • Identificar e mapear as competências dos pesquisadores brasileiros 
  • Alinhar as pesquisas científicas às necessidades e prioridades brasileiras, com estratégias de longo prazo
  • Rever o processo de precificação das inovações que chegam ao mercado 
  • Investir na interoperabilidade dos dados de saúde, tanto os do sistema público quanto os da medicina suplementar, na busca por tomadas de decisão mais assertivas, melhorando a qualidade de gestão 
  • Aperfeiçoar os programas de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo e de Encomenda Tecnológica 
  • Incentivar as chamadas pesquisas clínicas digitais

CAPÍTULO 4 • VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL

Sobre como melhorar a qualidade da formação e a distribuição dos profissionais da saúde


As Propostas


  • A exemplo do que acontece no judiciário, estabelecer planos de carreira para a área da saúde, como política de Estado 
  • Aumentar o número de vagas de residência médica e de residência multiprofissional, para profissionais de outras áreas da saúde 
  • Facilitar a integração, a comunicação e a troca de conhecimento entre as escolas de medicina e os cursos relacionados à área de saúde, como os de enfermagem, psicologia, fisioterapia,
  • Incentivar a criação de cursos técnicos — de preferência, gratuitos
  • Oferecer cursos de capacitação para médicos que não fizeram a residência
  • Tornar a residência médica obrigatória para todos os médicos
  • Encarar a capacitação técnica dos profissionais de saúde como investimento social
  • Usar a telemedicina para dar suporte e oferecer capacitação para médicos, em regiões distantes do país
  • Melhorar a infraestrutura para o atendimento de saúde nas áreas mais remotas do país
  • Criar programas regulares de avaliação dos profissionais já formados
  • Aumentar e refinar a fiscalização para averiguar a qualidade das escolas médicas, com punição prevista em lei das que não oferecem o melhor ensino
  • Criar uma política de Estado de incentivo à formação adequada de médicos de generalistas
  • Aperfeiçoar os exames de proficiência médica
  • Alçar o paciente a coautor de seu cuidado


CAPÍTULO 5 • INFORMAÇÕES E INDICADORES

Sobre como dados bem estruturados podem economizar recursos, aumentar a eficiência do sistema público e do setor privado e oferecer saúde de qualidade para a população


As Propostas


  • Criar um programa nacional de informação e inteligência, coordenado pelo ministério da Saúde, em conjunto com estados e municípios, com status de política de Estado — e não de governo
  • Aumentar os investimentos no processo de informatização da rede assistencial do SUS, garantindo a interoperabilidade do sistema
  • Coordenar os sistemas de dados estruturados, tanto públicos quanto privados, em um padrão de análise, acesso e linguagem comum a todos
  • Convocar as entidades da saúde, especialistas da área, para, em conjunto com o Datasus, estabelecer os protocolos necessários visando o estabelecimento de um padrão para a troca das informações médicas
  • Incentivar o desenvolvimento de aplicativos que permitam o uso das bases de dados do governo, criando ferramentas úteis tanto para a gestão administrativa quanto para a gestão assistencial
  • Ampliar e garantir a integração dos prontuários eletrônicos
  • Estimular as parcerias público-privadas para o compartilhamento da expertise das instituições particulares em inteligência de dados com o sistema público

CAPÍTULO 6 • LEGISLAÇÃO

Sobre como modernizar as leis que sustentam a saúde brasileira — tanto a pública quanto a privada


As Propostas


  • Criar uma agência dedicada exclusivamente ao tema da incorporação de tecnologia, única, tanto para o sistema público quanto para o privado, com autonomia semelhante à da Anvisa e à da ANS
  • Ter uma legislação definindo maior percentual de investimento público para a saúde, especialmente o federal, e especificando qual o percentual de gastos e as áreas estratégicas para aporte do dinheiro
  • Aperfeiçoar a atenção primária, no âmbito do SUS e da medicina complementar, destinando, no mínimo, 1% dos investimentos para a área, como sugere a OMS
  • Estimular a criação de uma rede de dados, integrando todos os serviços de saúde
  • Transicionar o modelo de pagamento do fee for service para o fee for value
  • Abrir o diálogo entre o sistema público e o setor privado, de modo a evitar a duplicidade de serviços


CAPÍTULO 7 • MEDICINA SUPLEMENTAR

Sobre a importância da modernização da estrutura e da legislação dos planos de saúde


As Propostas


  • Fazer da integração dos dados e informações do setor política de Estado
  • Modernizar a legislação que regulamenta a saúde suplementar
  • Mudar o modelo de pagamento do fee for service para o fee for value
  • Estimular a adoção pelos convênios de programas de atenção primária à saúde
  • Promover a coordenação e a hierarquização do cuidado prestado pelos planos
  • Criar mecanismos de avaliação e comparação dos resultados de cada elo da cadeia da saúde suplementar
  • Desenvolver, em parceria com o poder público, campanhas de educação da população para a importância da promoção da saúde e prevenção de doença
  • Também por meio de campanhas educativas, alertar para o fato de que o estigma de quem paga usa o que quer, quando quer não é fator de melhoria da saúde individual
  • Criar mecanismos efetivos de controle e transparência para coibir os desperdícios e as fraudes, ao longo de toda a cadeia
  • Incentivar as empresas contratantes de convênios a estimular hábitos de vida saudável entre seus funcionários
  • Abrir o diálogo entre o sistema público e o setor privado em defesa das necessidades da população e a sustentabilidade da saúde brasileiras


Expediente


Anahp — Associação Nacional de Hospitais Privados.


Conselho de Administração

Presidente: Eduardo Amaro | H. e Maternidade Santa Joana (SP)
Vice-presidente: Henrique Neves | H. Israelita Albert Einstein (SP)

Fernando Ganem | Hospital Sírio-Libanês (SP)
Fernando Torelly | HCor (SP)
Henrique Moraes Salvador | Hospital Mater Dei (MG)
Mohamed Parrini | Hospital Moinhos de Vento (RS)
Paulo Junqueira Moll | Hospital Memorial São José (PE)
Rafael Borsoi Leal | Hospital Santa Lúcia (DF)
Romeu Côrtes Domingues | Hospital São Lucas (RJ)


Conselho Fiscal

Antonio Alves Benjamin Neto | Hospital Meridional (ES)
Dario A. Ferreira Neto | Hospital Edmundo Vasconcelos (SP)
Hilton Roese Mancio | Hospital Tacchini (RS)

Suplente

Eduardo Queiroz Jr. | Hospital Santa Izabel — Santa Casa da Bahia (BA)

Conselho de Ética

José Antonio de Lima
José Henrique Germann Ferreira
Reynaldo Brandt


Redação

Entrevistas
Débora Álvares
Karina Pastore

Texto
Karina Pastore

Edição
Antônio Britto
Evelyn Tiburzio
Helena Capraro

Coordenação
Laura Diniz
Laura Ming

Assistente de Coordenação
Sophia Preto

Direção de Arte
Andrea Bacellar

Fotos
Shutterstock



Entrevistados


Adriano Londres
, economista, sócio-fundador da Arquitetos da Saúde

Adriano Massuda, médico professor da Escola de Administração de Empresas, da FGV, e integrante do FGVsaúde (Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde, da Fundação Getúlio Vargas)

Ana Maria Malik, médica, coordenadora da FGVsaúde

André Medici, economista, consultor em saúde

Arthur Aguillar, economista, mestre em Economia e Desenvolvimento, pela Universidade Harvard, e diretor de Políticas Públicas, do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps)

Catherine Moura, médica sanitarista, CEO da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale)

César Eduardo Fernandes, mastologista, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB)

Chao Lung, médico, professor associado da Universidade de São Paulo (USP), chefe da disciplina de telemedicina, no departamento de patologia, da Faculdade de Medicina da USP, chefe do grupo de pesquisa USP em telemedicina no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações

Claudia Cohn, biomédica, diretora executiva do Grupo da Dasa e CEO da Alta Excelência Diagnóstica

Cláudia Colucci, repórter especial do jornal Folha de S. Paulo, especializada em saúde

Claudio Lottenberg, presidente do Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto Coalizão Saúde

Cleiton Marques, economista, sócio-fundador e CEO da Biolab

Denizar Vianna, cardiologista, professor titular de Medicina da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde, entre 2019 e 2020

Dirceu Barbano, farmacêutico, diretor da B2CD Consultoria Empresarial e diretor-presidente da Anvisa, entre 2011 e 2014

Eduardo Amaro, diretor do Grupo Santa Joana e presidente do Conselho de Administração da Anahp

Erno Harzheim, médico de família, doutor em Saúde Pública e Medicina Preventiva, professor do programa de pós-graduação em epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e gestor de Atenção primária à Saúde, da rede de clínicas Salute

Eugênio Vilaça Mendes, médico, consultor em saúde pública

Evandro Tinoco, cardiologista, presidente do Departamento de Insuficiência Cardíaca, da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Fausto dos Santos, médico sanitarista, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, do Ministério da Economia, e pesquisador da Fiocruz — MG

Fernanda De Negri, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)

Fernando Ganem, cardiologista, diretor geral do Hospital Sírio-Libanês e conselheiro da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

Fernando Torelly, economista, CEO do HCor, presidente da Associação Voluntários da Saúde e conselheiro da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

Francisco Balestrin, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp) e do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs)

Franco Pallamolla, administrador de empresas, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo) e da LifeMed SA e diretor do Comitê da cadeia Produtiva de Saúde e Biotecnologia (ComSaúde), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)

Giovanni Cerri, radiologista, coordenador do Instituto de Radiologia, do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo (USP) e secretário estadual de Saúde de São Paulo, entre 2011 e 2013

Gonzalo Vecina, médico sanitarista , professor da Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo (USP), fundador e presidente da Anvisa, de 1999 a 2003

Henrique Neves, advogado, general manager na Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e vice-presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

Henrique Salvador, mastologista, presidente da Rede Mater Dei e conselheiro da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

João Gabbardo, médico, coordenador executivo do Comitê Científico de Combate ao Coronavírus, do governo do Estado de São Paulo, e secretário executivo do Ministério da Saúde entre 2019 e 2020

Jorge Kalil, professor em imunologia clínica da Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo, diretor presidente do Instituto Todos pela Saúde e diretor do Laboratório de Imunologia, do Hospital do Coração

José Cechin, engenheiro, economista, ministro da Previdência entre março e dezembro de 2002, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS)

José Gomes Temporão, médico sanitarista, pesquisador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz) e ministro da Saúde entre 2007 e 2011

Julio Flávio Dornelles de Matos, médico, diretor-geral da Santa Casa de Porto Alegre

Ligia Bahia, médica, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Luciana Holtz, psico-oncologista, especialista em bioética, fundadora e presidente do Oncoguia

Martha Oliveira, pediatra, especialista em saúde pública e epidemiologia, e fundadora e CEO da Laços Saúde e da Designing Saúde

Mauricio Ceschin, médico, presidente da Agência Nacional de Saúde (ANS) entre 2009 e 2012

Mohamed Parrini, economista, CEO do Hospital Moinhos de Vento e conselheiro da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma)

Nelson Teich, oncologista, consultor em saúde e ministro da Saúde, entre 17 de abril e 15 de maio de 2020

Nésio Fernandes, médico com especialização em saúde preventiva e social, secretário estadual de Saúde do Espírito Santo e presidente do Conselho Nacional das Secretarias de Saúde (Conass)

Paulo Chapchap, médico, conselheiro executivo para Negócio de Hospitais e Oncologia da Dasa

Paulo Moll, bacharel em economia, CEO da rede D’Or e conselheiro da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

Paulo Rebello, advogado, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar

Rafael Borsoi, médico, membro do conselho administrativo do Hospital Santa Lúcia e conselheiro da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

Renato Casarotti, advogado, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge)

Reynaldo Brandt, neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein e CEO da Vortics — Inteligência em Saúde

Robson Capasso, otorrinolaringologista, professor e associate dean da Escola de Medicina, da Universidade de Stanford

Romeu Domingues, médico radiologista, presidente do Conselho do Grupo Dasa e conselheiro da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

Rubens Belfort, clínico e cirurgião oftalmológico, presidente da Academia Nacional de Medicina, entre 2020 e 2021

Rudi Rocha, economista, diretor de pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS)

Ruy Baumer, presidente do Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo (Sinaemo), diretor do Comitê da cadeia Produtiva de Saúde e Biotecnologia (ComSaúde), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e CEO da Baumer

Wilames Freire Bezerra, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)


Entrevistados (apenas os nomes)


Adriano Londres
Adriano Massuda
,
Ana Maria Malik
André Medici,
Arthur Aguillar
Catherine Moura
César Eduardo Fernandes
Chao Lung
Claudia Cohn
Cláudia Colucci
Claudio Lottenberg
,
Cleiton Marques
Denizar Vianna
Dirceu Barbano
Eduardo Amaro
Erno Harzheim
Eugênio Vilaça Mendes
Evandro Tinoco
Fausto dos Santos
Fernanda De Negri

Fernando Ganem
Fernando Torelly 
Francisco Balestrin
Franco Pallamolla
,
Giovanni Cerri
Gonzalo Vecina
Henrique Neves
Henrique Salvador
João Gabbardo
Jorge Kalil
José Cechin

José Gomes Temporão
Julio Flávio Dornelles de Matos
Ligia Bahia

Luciana Holtz,
Martha Oliveira
Mauricio Ceschin
Mohamed Parrini

Nelson Mussolini
Nelson Teich
Nésio Fernandes
,
Paulo Chapchap
Paulo Moll
Paulo Rebello
Rafael Borsoi
Renato Casarotti
Reynaldo Brandt
Robson Capasso
Romeu Domingues
Rubens Belfort,
Rudi Rocha,
Ruy Baumer
Wilames Freire Bezerra

ORIGINAL PUBLICATION 


]https://www.anahp.com.br/pdf/propostas-futuro-da-saude-no-brasil.pdf

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