5G como estratégia de acesso a saúde : Conectando Amazônia e HC em São Paulo — permitindo exames de ultrassom remotos a regiões de difícil acesso.


Esta é uma republicação de um excerto do artigo abaixo, com o título acima.


Tecnologia 5G: acesso e cuidado com as populações vulneráveis


Indígenas e ribeirinhos terão acesso à telemedicina por meio de um sistema inovador, a combinação de uma rede de acesso aberta segundo o conceito do Open RAN e a aplicação da rede 5G. É o que prevê o projeto OpenCare5G


ABDI
17/05/2022
professor Marcos Roberto Menezes — diretor da Radiologia Intervencionista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp) e do Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) — em atendimento a indígenas e ribeirinhos nas regiões do Tapajós e do Xingu, no Pará.


O rio Tapajós, que desagua no gigante rio Amazonas no estado do Pará, é hoje a principal via de acesso usada por comunidades indígenas e ribeirinhas da região quando precisam de atendimento à saúde.

Eles se deslocam por horas e até dias para receberem cuidados médicos. Uma realidade que muitas vezes pode significar a possibilidade de continuar vivo ou não.


“Uma grávida, às vezes, entra em trabalho de parto e a simples informação que a placenta está no lugar errado determina se a criança sobreviverá”, explica o professor Marcos Roberto Menezes, diretor da Radiologia Intervencionista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp) e do Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).


Como médico, ele conhece bem o dia-a-dia dessas populações da floresta amazônica. Esteve em duas expedições para atender indígenas e ribeirinhos das regiões do Tapajós e do Xingu, ambas situadas no estado do Pará.


A novidade é que o primeiro teste de campo de rede privada 5G realizada na área da saúde pelo Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas, maior complexo hospitalar da América Latina, tem potencial para transformar essa realidade. 

O experimento reúne a adoção de um sistema inovador de rede de acesso com hardware e software abertos e de múltiplos fornecedores, Open RAN, e a aplicação de rede privada 5G. 

Integrante do projeto, o professor Menezes afirma que a tecnologia vai melhorar a qualidade do serviço de saúde prestado àquelas populações mais vulneráveis.


O experimento reúne a adoção de um sistema inovador de rede de acesso com hardware e software abertos e de múltiplos fornecedores, Open RAN, e a aplicação de rede privada 5G.


Denominado OpenCare 5G, o projeto iniciou em novembro de 2021 no Hospital das Clínicas/USP. 


Ele permitirá a realização de exames remotos por meio da conectividade 5G. 

A partir da implantação dessa rede, profissionais da saúde poderão, no meio da floresta, fazer o atendimento, utilizando equipamentos de ultrassom conectados à quinta geração móvel, e terão a possibilidade de conseguir um diagnóstico imediato com seus pares de São Paulo

O OpenCare 5G também associa a tecnologia à capacitação de técnicos da saúde por meio de uma plataforma de educação continuada digital.


A partir da implantação dessa rede, profissionais da saúde poderão, no meio da floresta, fazer o atendimento, utilizando equipamentos de ultrassom conectados à quinta geração móvel, e terão a possibilidade de conseguir um diagnóstico imediato com seus pares de São Paulo.


Três casos de uso foram selecionados e incluirão prova de conceitos com exames de ultrassom à distância, controle remoto de equipamentos de imagem e análise aprimorada de exames com suporte de Inteligência Artificial. 


Além disso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) emitirá uma licença temporária de espectro que permitirá a transmissão restrita de frequências 5G na banda n78 (3,7 GHz — 3,8 GHz) nas instalações do InovaHC, o Centro de Inovação do Hospital das Clínicas.


Além disso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) emitirá uma licença temporária de espectro que permitirá a transmissão restrita de frequências 5G na banda n78 (3,7 GHz — 3,8 GHz) nas instalações do InovaHC, o Centro de Inovação do Hospital das Clínicas.


Alternativas para implantação de arquitetura de rede foram analisadas para que seja elaborado o projeto técnico detalhado. 

A cadeia de suprimentos foi estruturada e os equipamentos estão sendo importados. 

Diferentes fornecedores proverão os componentes 5G Open RAN, de antenas à infraestrutura central.


O projeto alcançou marcos relevantes nos últimos meses. “A expectativa é que a iniciativa confirme os benefícios da Open RAN, redes privadas 5G e novos ecossistemas que podem ser formados para fornecer soluções inovadoras no setor de saúde”, explicou o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Igor Calvet.


A ABDI integra a parceria, anunciada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com um ecossistema diversificado de tecnologia, telecomunicações, governo, universidade e instituição financeira para testar o 5G na saúde. Numa iniciativa do InovaHC, o projeto OpenCare 5G é coordenado pela Deloitte e tem a participação do Itaú Unibanco, Siemens Healthineers, NEC, Telecom Infra Project (TIP), Airspain, e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).


O projeto conta com o apoio do Ministério da Economia. “O 5G Open RAN pode representar uma importante janela de oportunidades para o desenvolvimento do ecossistema 5G local. Este projeto é um passo concreto para unir a promoção da saúde e a tecnologia”, disse Jackline Conca, subsecretária de Inovação e Transformação Digital do Ministério.


Sobre o InovaHC


O Núcleo de Inovação Tecnológica — InovaHC — conecta empreendedores e recursos, a fim de gerar soluções de inovação em saúde mais eficientes para gestores, médicos e pacientes. 

Para isso, atua com três frentes: In.cube (Incubadora de ideias), In.pulse (Aceleradora de negócios) e In.pacte (impacta pessoas por meio do apoio à potencialização e à escalabilidade dos negócios desenvolvidos). 

Sua proposta geral está de acordo com as leis estadual e federal, que têm como motivação tornar a inovação tecnológica um componente estratégico de economia e desenvolvimento.

Para mais informações, clique aqui

Originally published at https://www.abdi.com.br.


Nomes mencionados

professor Marcos Roberto Menezes, diretor da Radiologia Intervencionista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp) e do Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Igor Calvet.

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