Mensagem Principal
Apesar de uma recuperação financeira aparente dos planos de saúde em 2023, a relação entre esses planos, hospitais e fornecedores de materiais de saúde deteriorou-se significativamente, criando um ambiente de tensões e dificuldades financeiras.
Pontos Chave
- Melhora Financeira dos Planos de Saúde: Os planos de saúde apresentaram resultados financeiros melhores em 2023.
- Conflitos com Hospitais e Fornecedores: A relação com hospitais e fornecedores piorou, com atrasos significativos nos pagamentos e aumento das glosas.
- Crescimento das Dívidas: Valores em aberto e glosas aumentaram drasticamente, afetando o fluxo de caixa de hospitais e fornecedores.
- Práticas de Descredenciamento: Operadoras intensificaram descredenciamentos parciais de serviços, impactando negativamente os hospitais.
- Protestos do Setor: Hospitais e fornecedores relatam dificuldades para receber pagamentos, agravadas por práticas de faturamento e inadimplência dos planos de saúde.
- Sustentabilidade do Sistema: Discussões sobre a necessidade de repensar o modelo de saúde suplementar para garantir sua sustentabilidade a longo prazo.
Estatísticas Chave
- Valores em Aberto: A parcela da receita a faturar já se aproxima de 30% no primeiro trimestre de 2024.
- Glosas: A parcela de faturas glosadas aumentou para cerca de 12%, representando mais de R$ 4,7 bilhões em 2023.
- Descontos: Hospitais concederam descontos de quase R$ 160 milhões sobre notas fiscais em 2023.
- Descredenciamentos: Cerca de 60% das instituições sofreram algum tipo de descredenciamento parcial.
- Pagamentos Retidos: Valores de pagamentos retidos pelos planos aumentaram de R$ 1 bilhão para R$ 2,3 bilhões em um ano.
- Prejuízo Operacional: O prejuízo operacional do setor foi de R$ 5,9 bilhões em 2023, comparado aos R$ 11 bilhões negativos em 2022.
Resumo Executivo
Em 2023, os planos de saúde no Brasil mostraram sinais de recuperação financeira, mas a relação com hospitais e fornecedores de materiais se agravou significativamente.
Relatórios da Anahp indicam que os valores em aberto dos planos de saúde, que representavam de 10% a 15% das receitas brutas nos anos anteriores, dispararam para quase 30% no início de 2024.
As glosas, que historicamente estavam em torno de 3,5%, subiram para 12%, superando R$ 4,7 bilhões no ano passado.
Hospitais estão sendo pressionados a conceder maiores descontos e a enfrentar atrasos nos pagamentos, além de descredenciamentos parciais de serviços. Aproximadamente 60% das instituições relataram descredenciamentos recentes.
Os fornecedores também enfrentam desafios, com pagamentos retidos subindo de R$ 1 bilhão para R$ 2,3 bilhões em um ano.
Enquanto os planos de saúde tentam ajustar suas operações, o sistema enfrenta problemas estruturais que afetam todos os elos da cadeia.
Segundo a Anahp, é crucial repensar o sistema de saúde suplementar, promovendo medidas de prevenção e alternativas como a telemedicina, para reduzir custos e evitar o encarecimento dos planos de saúde.
Marcos Novais, da Abramge, reconhece que, apesar da melhora financeira, o setor ainda vive uma crise, com beneficiários incapazes de suportar novos aumentos de preços.
Antônio Britto, da Anahp, sugere que o foco deve ser na sustentabilidade a longo prazo, investindo em cuidados primários e medidas preventivas.
A complexa relação entre planos de saúde, hospitais e fornecedores necessita de uma reavaliação para garantir a continuidade e a eficácia do sistema de saúde suplementar no Brasil.
Source:
Planos de saúde apontam recuperação, mas relação com hospitais e fornecedores piorou (msn.com)