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Joaquim Cardoso MSc.
Chief Research and Strategy Officer (CRSO),
Chief Editor and Senior Advisor
December 22, 2023
Revisado em 23/12/2023
A venda da Amil para o empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp, por R$ 11 bilhões, representa um marco no setor de saúde brasileiro.
Esta aquisição é a maior transação já realizada no Brasil entre uma companhia e um único indivíduo, consolidando o movimento de Seripieri no setor de planos de saúde, apesar de seu afastamento prévio e recente.
Estatísticas:
- A transação de R$ 11 bilhões incluiu um financiamento de R$ 2 bilhões junto a instituições como Santander, Bradesco, BR Partners e BTG Pactual.
- A Amil, com 5,4 milhões de beneficiários, 19 hospitais, 52 unidades laboratoriais e 6.200 centros diagnósticos, é uma das maiores operadoras do país.
- o Bank of America (BofA) estima que os ativos valem ao todo R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.
- O reajuste negativo de 8,2% dos planos individuais em 2021, regulado pela ANS, e o aumento de 15,50% em 2022 geraram críticas dos usuários.
- A APS, braço da Amil para planos individuais e familiares, foi alvo de mudança de controle barrada pela ANS por falta de informações.
Conclusão:
A compra da Amil por Seripieri representa um desafio considerável devido ao EBITDA negativo e à sinistralidade acima de 100% nos planos individuais, além das dificuldades regulatórias enfrentadas.
Isso sinaliza uma nova fase para a empresa e destaca as complexidades do mercado de saúde no Brasil.
Esta aquisição pode marcar uma nova era na gestão da Amil, exigindo estratégias inovadoras para enfrentar questões financeiras e regulatórias prementes no setor de planos de saúde no país.
Quem é José Seripieri Filho?
Conhecido como Júnior, emergiu vitorioso na disputa pela Amil, superando concorrentes como Tanure e a Bain Capital, adquirindo a operadora de saúde em um negócio histórico no valor de R$ 11 bilhões. A aprovação foi dada pelo conselho da UnitedHealth Group (UHG) e representa a maior fusão e aquisição já realizada no Brasil por um indivíduo.
A transação envolve R$ 2 bilhões em equity e a absorção de passivos de R$ 9 bilhões. Seripieri assegurou financiamento do Santander Brasil, Bradesco, BTG Pactual e BR Partners para concretizar o negócio.
Com um passado na Qualicorp e na Qsaúde, Júnior retorna ao setor de saúde. Começando como escrivão da Polícia Civil de São Paulo, ele desenvolveu os planos coletivos por adesão e agora volta ao setor com a aquisição da Amil.
Apesar de desfrutar de trânsito na ANS, a aprovação do negócio depende tanto da ANS quanto do Cade. Sua proximidade com o presidente Lula da Silva também é notável, tendo acompanhado o político em eventos internacionais.
Os desafios da Amil se refletem em seu segmento altamente concentrado e nas restrições impostas aos reajustes de preços dos planos pela agência reguladora. Apesar de sua grande escala e patrimônio considerável, a empresa enfrenta um EBITDA negativo de cerca de R$ 2 bilhões, indicando dificuldades financeiras recentes.
A Amil, que possui uma vasta rede hospitalar e milhões de clientes em planos de saúde e odontológicos, enfrentará desafios consideráveis sob a gestão de Seripieri, sobretudo para reverter as perdas financeiras e adaptar-se ao ambiente regulatório do setor de saúde.
Este artigo foi revisado em 23/12/2023, pois a versão anterior se referia ao “ex presidente Lula”, quando o correto seria “presidente Lula”, por atualmente ser o presidente por mais um mandato.