O controle de vetores da Dengue e o envolvimento da comunidade são fundamentais para evitar a disseminação da doença


Health Transformation Foundation (HTF)

Joaquim Cardoso MSc
Agosto de 2023


Aqui estão os principais pontos sobre a dengue:


Controle de Vetores: O controle eficaz dos mosquitos vetores, especialmente o Aedes aegypti, é fundamental para prevenir a disseminação da dengue. Isso envolve a eliminação de criadouros de mosquitos, como água parada em recipientes, pneus velhos e outros locais propícios à reprodução dos insetos 1.


Envolvimento da Comunidade: A participação ativa da comunidade é essencial. As pessoas devem estar cientes dos riscos da dengue e adotar medidas preventivas, como usar repelente, proteger-se contra picadas de mosquitos e eliminar possíveis focos de reprodução 1.


Incidência Global: A incidência de dengue aumentou significativamente em todo o mundo. Cerca de metade da população mundial está agora em risco de contrair a doença, com estimativas de 100 a 400 milhões de infecções ocorrendo anualmente 1.


Expansão Geográfica: Antes de 1970, o mosquito vetor da dengue estava presente em apenas alguns países. Hoje, ele é encontrado em mais de 130 países, destacando a rápida expansão geográfica da doença 1.


Situação nas Américas: Nas Américas, a dengue é endêmica em muitos países e é transmitida principalmente pelo Aedes aegypti. Em 2023, houve um aumento acentuado nos casos, com mais de 3 milhões de novas infecções registradas até o momento. O Brasil é responsável por 80% desses casos, mas a transmissão também foi observada em outras áreas do continente 1.


A dengue é uma infecção viral transmitida por mosquitos e pode variar de sintomas leves a graves. É importante adotar medidas preventivas e estar ciente dos riscos para controlar a propagação da doença 1.


Paho
3 de agosto de 2023


Washington D.C., 3 de agosto de 2023 (OPAS/OMS) — Enquanto a incidência de dengue aumenta em todas as regiões, especialmente em partes das Américas, especialistas analisaram esta semana a situação global e os métodos para ajudar a controlar a propagação da doença transmitida por mosquitos.


Durante o seminário EPI-WIN Gerenciando a dengue: uma epidemia em rápida expansão, especialistas de todo o mundo destacaram que cerca de metade da população mundial está agora em risco de dengue, com uma estimativa de 100 a 400 milhões de infecções ocorrendo a cada ano.

“A incidência aumentou quase oito vezes desde 2000”, disse o Raman Velayudhan, chefe da Unidade de Saúde Pública Veterinária, Controle de Vetores e Meio Ambiente e Doenças Tropicais Negligenciadas da Organização Mundial da Saúde (OMS) na abertura do seminário. Antes de 1970, o mosquito vetor da doença estava presente em apenas meia dúzia de países, acrescentou ele, mas agora é encontrado em mais de 130 países.


Situação nas Américas


Nas Américas, a dengue é transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti e a doença é endêmica em muitos países. Os surtos tendem a ser cíclicos a cada 3 a 5 anos, seguindo padrões sazonais correspondentes aos meses quentes e chuvosos, quando os mosquitos se reproduzem.


Em 2023, no entanto, as Américas registraram um aumento acentuado nos casos de dengue. Mais de 3 milhões de novas infecções foram registradas até o momento, superando os números de 2019 — o ano com a maior incidência registrada da doença na região, com 3,1 milhões de casos, incluindo 28.203 casos graves e 1.823 mortes.


A maioria dos casos — mais de 2,6 milhões — foi registrada no cone sul, sendo o Brasil responsável por 80%. Mas a transmissão excepcionalmente alta também foi observada em outras áreas do continente, incluindo a região andina, com mais de 400 mil casos e uma taxa de letalidade mais alta. Em março e junho deste ano, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu recomendações para ajudar os países a combater o aumento.


A urbanização e as mudanças climáticas tiveram um enorme impacto na disseminação da dengue”, disse Velayudhan durante o webinar. O movimento e a aglomeração de pessoas em áreas urbanas ajudaram a espalhar o vetor, acrescentou, mas as interrupções causadas pela COVID-19 também afetaram as medidas de controle de mosquitos e a notificação de casos.


Após a COVID, precisamos realinhar os programas para que sejam mais integrados e garantir que os sistemas de saúde possam gerenciá-los”, disse Velayudhan. “Devemos implementar as lições aprendidas com a pandemia, como o diagnóstico e o uso de testes PCR, vigilância aprimorada, boa comunicação e envolvimento da comunidade.”


À medida que o hemisfério sul entra nos meses mais frios e secos, os casos diminuem em partes da região, mas espera-se uma maior transmissão na América Central e no Caribe durante a segunda metade do ano. Recentemente, a OPAS emitiu um alerta fornecendo orientação às autoridades nacionais para aumentar a vigilância e preparar os sistemas de saúde para um aumento nos casos.


Envolvimento da comunidade para um controle eficaz de vetores


Não há tratamento específico para a dengue e a prevenção depende do controle do vetor. As medidas para conter os mosquitos incluem o uso de produtos químicos, como inseticidas e repelentes, e métodos mecânicos para remover os locais de reprodução ou fornecer uma barreira, como redes tratadas, telas de janelas e roupas de proteção.


Os programas que usam uma combinação desses métodos podem ser eficazes, mas o envolvimento das comunidades para aplicá-los é fundamental para o sucesso, especialmente para remover ou limpar possíveis habitats de reprodução. Pneus velhos e fora de uso, por exemplo, oferecem sombra e um espaço escuro preferido para os mosquitos aedes colocarem seus ovos, que podem resistir à seca e se desenvolver apenas quando encontram água muitos meses depois.


A OPAS desenvolveu uma série de iniciativas para apoiar essas atividades locais de prevenção, incluindo a Semana de Conscientização sobre o Mosquito, que estimula ações em nível comunitário para fornecer informações sobre a relação entre os mosquitos e as doenças que eles transmitem, como a dengue, mas também a chikungunya, a zika, a malária e a febre amarela.


Várias mensagens sobre prevenção foram desenvolvidas e os países podem adaptá-las às suas necessidades locais”, disse Giovanini Coelho, da equipe de Entomologia de Saúde Pública da OPAS.


A dengue é uma infecção viral que se espalha dos mosquitos para as pessoas. Embora a maioria das infecções seja assintomática ou produza uma doença leve, a doença pode ocasionalmente se tornar grave e até causar a morte. Os sintomas variam de febre alta leve a debilitante, com dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, dor muscular e nas articulações e erupção cutânea. A doença pode evoluir para dengue grave, caracterizada por choque, dificuldade respiratória, sangramento e possível comprometimento de órgãos.



Originally published at https://www.paho.org.

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