Valor Econômico
30 de Março de 2022
A Oncoclínicas registrou lucro líquido contábil de R$ 22,7 milhões no quarto trimestre de 2021, revertendo o prejuízo de R$ 119,7 milhões no mesmo período de 2020.
No consolidado do ano, a companhia teve prejuízo de R$ 22,4 milhões, queda de 81,5% ante as perdas do ano anterior.
No critério ajustado, que desconsidera todos os itens extraordinários, o lucro líquido foi recorde no trimestre, ao somar R$ 62,7 milhões, um salto de 91,2% ante o mesmo trimestre de 2020. No ano, o lucro ajustado dobrou, para R$ 178,9 milhões.
A receita líquida avançou 33,7% entre outubro e dezembro, para R$ 767,9 milhões, refletindo a alta de 24,6% no volume de procedimentos, para 101,9 mil, combinado com um aumento de 6,2% no ticket médio dos tratamentos no período.
A Oncoclínicas viu a receita crescer 32% de janeiro a dezembro, para R$ 2,7 bilhões, também impulsionada pelo crescimento orgânico e também com o avanço de 8% do ticket médio no ano, para R$ 7.644.
O diretor de Relações com Investidores da companhia, Cristiano Camargo, destaca que o faturamento foi recorde nas duas bases de comparação diante o aumento desses dados, além do crescimento da companhia e do mercado de oncologia no Brasil.
Ele acrescenta que a pandemia de covid-19 represou o número de diagnósticos em 2020, o que provocou a alta de atendimentos no ano passado.
Em 2021, foram realizados 382,5 mil procedimentos, enquanto o número de novos pacientes cresceu 16,4% no consolidado do ano, para 24,6 mil.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ( Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 140 milhões no quarto trimestre, valor 18,1% acima do visto no mesmo período do ano anterior, além de recorde, segundo a companhia.
A margem Ebitda ajustado caiu 2,4 pontos percentuais (p.p.) no trimestre, para 18,2%. Já o Ebitda ajustado anual avançou 50%, para R$ 481,1 milhões, enquanto a margem ficou em 17,8% no ano, subindo 2,3 pp.
O nível de alavancagem, medido pela razão entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado, ficou positivo em 0,2 vez ao fim de dezembro, com dívida líquida de R$ 110,1 milhões.
O presidente da Oncoclínicas, Bruno Ferrari, reforçou que os indicadores da companhia ficaram dentro do esperado pela empresa, com alguns números abaixo do previsto anteriormente, diante da demora na conclusão de fusões e conclusões.
Desde agosto, quando a companhia realizou a oferta pública inicial de ações ( IPO, na sigla em inglês), foram feitas oito aquisições, incluindo compra de participação.
Ferrari reforça que a companhia seguirá em busca de novos negócios estratégicos para sua expansão, com algumas aquisições previstas para este ano.
O executivo diz que vê o Centro-Oeste e Uberlândia, em Minas Gerais, como regiões de grande oportunidade de expansão. “Temos uma presença tímida nessas regiões e vemos como um corredor importante que faz parte da nossa estratégia”, diz, acrescentando que a empresa também mira expansão no interior de São Paulo.
Ferrari e Camargo dizem que não há projeções da empresa para 2022, porém, a expectativa é de crescimento no número de atendimentos, visto que com a retomada da procura por exames de rotina, o número de diagnósticos de câncer tem aumentado, ao mesmo tempo em que esses diagnósticos têm sido precoces.
“O número de diagnósticos cresce 7% ao ano, com média de 635 mil a 650 mil casos. O câncer tem se tornando uma doença crônica com os pacientes ficando cada vez mais tempo em tratamento. O que nos leva a projetar alta nos atendimentos”, finaliza o presidente da Oncoclínicas.
Originally published at https://valor.globo.com on March 29, 2022.