the health strategist
research institute for health strategy
and digital health
Joaquim Cardoso MSc.
Chief Research and Strategy Officer (CRSO),
Chief Editor and Senior Advisor
August 14, 2023
Qual é a mensagem?
Uma pesquisa inédita revela que, embora o Brasil tenha alta prevalência de problemas de saúde mental, apenas 5,1% dos brasileiros fazem terapia, enquanto 16,6% usam medicamentos, ressaltando a necessidade de abordagens mais abrangentes e personalizadas para cuidados de saúde mental.
Sumário de uma página:
- Uma recente pesquisa inovadora conduzida pelo Instituto Cactus, uma entidade filantrópica voltada ao bem-estar mental, em colaboração com a AtlasIntel, uma empresa especializada em pesquisa e dados, lança luz sobre o cenário de saúde mental no Brasil.
- O estudo revela tendências preocupantes no tratamento e uso da saúde mental entre a população brasileira.
- O Brasil lidera o ranking mundial em prevalência de ansiedade, afetando 9,3% da população, e ocupa a segunda posição nas Américas em taxas de depressão.
- Apesar dessas estatísticas alarmantes, apenas 5,1% dos brasileiros participam de psicoterapia, um método terapêutico recomendado para tratar questões de saúde mental.
- Embora cerca de 19% das pessoas tenham consultado psicólogos ou psiquiatras no último ano, a maioria dos casos envolve menos de cinco sessões.
- A edição inaugural do Índice Instituto Cactus-Atlas de Saúde Mental (iCASM) revela que, entre os poucos que acessam a terapia, 43% iniciaram o tratamento no último ano.
- Notavelmente, jovens, estudantes, brancos, mulheres, indivíduos com maior renda e maior escolaridade têm mais propensão a adotar práticas terapêuticas.
- A pesquisa enfatiza a significativa disparidade entre a adesão à psicoterapia e o uso contínuo de medicamentos para problemas emocionais, comportamentais ou relacionados a substâncias.
- A pesquisa indica que 16,6% da população, ou 1 em cada 6 brasileiros, utiliza medicamentos, sendo que 77,7% deles fazem uso há mais de um ano.
- Além disso, o estudo demonstra que 11,9% dos brasileiros optam por tratamentos alternativos para saúde mental, como meditação, ioga e fitoterapia, uma taxa mais de duas vezes maior do que a adesão à psicoterapia.
- Os resultados sugerem uma forte associação entre o uso de medicamentos e experiências de bullying, dor crônica, consumo de tabaco e conflitos familiares. Tendências semelhantes são observadas entre indivíduos que relatam menor frequência de relações sexuais e autoimagem menos atrativa.
- O estudo levanta preocupações sobre a dependência excessiva de medicamentos como única solução para os desafios de saúde mental.
- Especialistas ressaltam a importância de adotar abordagens abrangentes e multifacetadas que considerem tanto a terapia psicológica quanto a medicação quando necessário.
- Eles observam que fatores societais, como regimes de trabalho exigentes e falta de sistemas de apoio, contribuem para uma tendência global em direção ao uso de medicamentos como solução rápida, em detrimento da cura holística.
- Diante dessas descobertas, os profissionais de saúde mental defendem uma abordagem mais inclusiva, compassiva e diversificada para abordar as preocupações de saúde mental, abrangendo psicoterapia, medicação e tratamentos alternativos.
- O iCASM serve como uma ferramenta valiosa para monitorar as tendências de saúde mental no Brasil e destaca a necessidade de uma abordagem mais ampla e personalizada de suporte à saúde mental.
Infográfico:
Nomes mencionados:
Bernardo Yoneshigue (repórter de O Globo)
Rosana Onocko (professora da Unicamp e presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco)
Ana Carolina Peuker (pós-doutora em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e CEO da Bee Touch)
Este sumário foi escrito com base na reportagem Apenas 5% dos brasileiros fazem terapia, mas 1 a cada 6 usam medicamentos, mostra pesquisa inédita sobre saúde mental, publicado por O Globo. Para ler a reportagem na íntegra, clique aqui.