Transformação Digital e os desafios para a integração dos dados da Saúde


Revista Medicina S/A
11/07/2022


Versão do site editada por:


Joaquim Cardoso MSc.
Health Transformation — Institute

Digital Health Unit
11 de Julho de 2022


Os desafios para a integração dos dados da Saúde foram tema de debate em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. 


Projeto sobre o assunto que está sendo examinado pela comissão (PL 3814/20) foi aprovado no ano passado no Senado e obriga o Sistema Único de Saúde a criar uma plataforma digital para unificar informações de pacientes atendidos pelas redes de saúde pública e privada.


Projeto sobre o assunto que está sendo examinado pela comissão (PL 3814/20) foi aprovado no ano passado no Senado e obriga o Sistema Único de Saúde a criar uma plataforma digital para unificar informações de pacientes atendidos pelas redes de saúde pública e privada.


Na plataforma digital unificada poderão ser registrados prontuários médicos, resultados de exames, procedimentos ambulatoriais, receitas médicas e outras informações de saúde. 

Pelo projeto de lei, o paciente deve autorizar a inserção dos dados do seu histórico com anonimato do perfil e sigilo das informações prestadas. 

O acesso a esse banco de dados só poderá ser feito pelo próprio paciente ou por profissionais de saúde envolvidos no atendimento, por autorização do paciente ou de representante legal.


Pelo projeto de lei, o paciente deve autorizar a inserção dos dados do seu histórico com anonimato do perfil e sigilo das informações prestadas.



O desafio, segundo o ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde Denizar Vianna, é proporcionar a troca de informações entre beneficiários, médicos, laboratórios e hospitais. 

No momento em que conseguimos integrar todos esses dados públicos e privados de diferentes locais de atendimento dos nossos pacientes isso vai certamente potencializar, e muito, o que vamos entregar na ponta aos pacientes.”


O desafio, segundo o ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde Denizar Vianna, é proporcionar a troca de informações entre beneficiários, médicos, laboratórios e hospitais.


Durante a audiência, foram detalhadas ações do Poder Executivo dentro da Estratégia de Saúde Digital, como o Plano de Ação de Saúde Digital, que vai até 2028, e a Rede Nacional de Dados em Saúde, uma plataforma de troca de dados que criou a estrutura do Conecte SUS.


Durante a audiência, foram detalhadas ações do Poder Executivo dentro da Estratégia de Saúde Digital, como o Plano de Ação de Saúde Digital, que vai até 2028, e a Rede Nacional de Dados em Saúde, uma plataforma de troca de dados que criou a estrutura do Conecte SUS.



Informatização


O diretor do Departamento de Informática do SUS (Datasus), Merched Cheheb, lembra que 134 milhões de brasileiros estão conectados, o que corresponde a 2/3 da população. 

E que 99% das pessoas têm telefone celular. “Um grande desafio seria a gente informatizar todos os níveis da saúde, seja na atenção básica, na atenção especializada, a gente ter todos os passos da saúde de forma digital”, disse.


“E um dos pontos principais da transformação digital: colocar o usuário como protagonista. Fazer com que ele tenha acesso à sua informação de forma rápida, que ele possa ajudar os profissionais de saúde a ter acesso a essa informação e que ele possa compartilhar a informação com quem quiser, porque a informação é do cidadão.”


Segurança dos dados


Merched Cheheb informou que entre 2020 e 2021, os ataques ao sistema do Ministério da Saúde cresceram em 300%. 

Com a Lei Geral de Proteção de Dados, a preocupação com a segurança das informações é ainda maior e é preciso aumentar os investimentos.


Com a Lei Geral de Proteção de Dados, a preocupação com a segurança das informações é ainda maior e é preciso aumentar os investimentos


Os ataques são também uma preocupação do vice-presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Eduardo Marques, que acredita que implementar a troca de informações é um desafio porque é grande a quantidade de parceiros do sistema de atenção à saúde no país. 

Segundo ele, sem padronização, não há como avançar ou garantir a qualidade de atenção em todo o Brasil.

“Hoje nós temos ilhas de excelência, como temos ilhas de grandes problemas a serem resolvidos. A questão da segurança e privacidade é muito importante. Infelizmente, nós temos vários exemplos no mundo inteiro de quebra de segurança e o Brasil é um dos países em que esses ataques têm uma frequência muito alta e com baixa capacidade de as empresas de se defenderem por falta de adoção de mecanismos de proteção”, apontou.


…sem padronização, não há como avançar ou garantir a qualidade de atenção em todo o Brasil.



Prioridades


Na opinião do diretor executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Antonio Britto, o debate precisa ser mais aprofundado. 

Ele acredita que o assunto não foi disciplinado corretamente na proposta aprovada no Senado, onde, na avaliação dele, o assunto não foi suficientemente discutido.


“Propomos que haja uma hierarquização de prioridade. É impossível supor que devamos nos atirar em todos os dados de todas as pessoas e de todas as entidades. Onde, por onde queremos começar? Vacinação, seguramente. Os dados sobre internação e alta complexidade, seguramente. O que mais?”, questionou.



O debate foi mediado pela relatora da proposta que cria uma plataforma de unificação de dados de saúde, deputada Adriana Ventura (Novo-SP).

 “Farei a próxima audiência, já combinamos aqui, atendendo sugestões dadas pelo doutor Antonio Britto, de hierarquização. É importante esse caminho”, assentiu.


Para a relatora, o Brasil precisa avançar na informatização dos serviços de saúde e é importante discutir como a integração pode ser feita com segurança para garantir que os dados dos cidadãos estarão preservados. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)


Para a relatora, o Brasil precisa avançar na informatização dos serviços de saúde e é importante discutir como a integração pode ser feita com segurança para garantir que os dados dos cidadãos estarão preservados.



Originally published at https://medicinasa.com.br on July 11, 2022.



Stakeholders (em ordem alfabética)


Adriana Ventura, deputada federal

Amir Gilboa

André Cripa, chief innovation officer da CTC, empresa de tecnologia com foco em saúde

Antônio Britto, Anahp — Associação Nacional de Hospitais Privados

Armínio Fraga, Presidente dos conselhos do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) e do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) e ex-presidente do Banco Central,economista

Cesar Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB)
Matheus Falcão, advogado do programa da saúde do Idec.

Denizar Vianna, ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde,

Eduardo Marques, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS),

Genilson Cezar de Souza, Valor Econômico S/A

IEPS — Instituto de Estudos para Políticas de Saúde

Jomar Fernandes Nascimento

JOSE CECHIN, superintendente-executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS)

Luis Tejerina

Merched Cheheb, diretor do Departamento de Informática do SUS (Datasus)

Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde

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