“A Saúde que os Brasileiros querem “
ANAHP 2022
O Ano de ouvir a Saúde
Maio de 2022
Este é um excerto do relatório da ANAHP “A Saúde que os Brasileiros querem”, com foco no tema acima.
Editado por
Joaquim Cardoso MSc.
The Health Revolution
Multisciplinary Research Institute
Maio de 2022
45% aprovam o SUS, mas apontam carências
População do Sul é a mais satisfeita. Já no Norte, maioria dos usuários considera serviço regular.
Fazer exames e marcar consultas são os principais desafios
O atendimento prestado pelo SUS é avaliado como
- “ótimo/bom” por 45% dos usuários que tiveram acesso aos serviços nos últimos 12 meses.
- Outros 41% analisam tal assistência como “regular”,
- 9% apontam-na como “ruim” ou “péssima”, e
- 5% não sabem responder.
O maior índice de aprovação é constatado no Sul do país, onde 55% concederam as melhores avaliações.
Já o menor percentual para “ótimo/bom” foi registrado no Norte (31%).
Diferentemente das outras áreas geográficas, a classificação que lá predomina é a “regular”, dada por 68% dos entrevistados.
As regiões em que a percepção “ruim” ou “péssima” teve maior incidência foram Centro-Oeste (15%) e Sudeste (13%), mas mesmo assim, também nesses locais, esses índices ficaram aquém das respostas mais favoráveis.
A análise por nível de instrução revela que, quanto mais elevada a formação educacional, mais rigorosa é a opinião sobre esse item.
Dos que concluíram o nível superior, 25% acham o atendimento do SUS “ótimo” ou “bom”, metade da porcentagem verificada entre o grupo com ensino fundamental (51%).
As principais carências do SUS apontadas são:
- Exame e consulta: desafios de 8 entre 10 usuários
- Maioria dos usuários não tem acesso a medicamentos gratuitos
- Falta de médico é a principal queixa de quem vai a postos de saúde
- Saúde é prioridade dos brasileiros, mas 71% não fazem atividade de prevenção (dos usuários do SUS)
1. Exame e consulta: desafios de 8 entre 10 usuários
Dificuldade de acesso a serviços lidera ranking de queixas.
Público que ganha acima de 10 salários mínimos aponta problema para garantir vaga em hospital
Ter acesso a exames e agendar as consultas são os principais desafios enfrentados pelos usuários do SUS.
Juntas, essas dificuldades foram mencionadas por 8 a cada 10 pessoas (78%) ouvidas na pesquisa, alcançando índices semelhantes entre si, respectivamente, de 40% e 38%.
Com percentuais menores, surgem em seguida as demais barreiras: conseguir medicamentos (12%), vaga em hospitais (6%) e outros serviços (4%).
Na apuração por renda, 38% dos que ganham acima de 10 salários mínimos dizem deparar-se com percalços para garantir vaga no hospital, a 2ª opção mais citada por esse público, ficando atrás apenas do agendamento de consultas (50%).
Esse resultado, em específico, é bem mais expressivo do que o observado nos outros grupos.
Quando perguntados se já tiveram dificuldades para agendar consulta ou procedimento no SUS nos últimos 12 meses, 62% dos entrevistados disseram que sim, e 38% apontaram que não.
Relataram essa queixa 73% dos homens e 54% das mulheres.
Quando perguntados se já tiveram dificuldades para agendar consulta ou procedimento no SUS nos últimos 12 meses, 62% dos entrevistados disseram que sim …
2.Maioria dos usuários não têm acesso a medicamentos gratuitos
Mais da metade da população que utiliza os serviços do SUS (53%) não tem acesso a medicamentos gratuitos.
Também no universo pesquisado, 40% dos entrevistados disseram que conseguem receber os produtos sem pagar por eles, e outros 7% não souberam responder.
As faixas de renda intermediárias são as que mais fazem uso da gratuidade:
- 55% dos que ganham entre 2 e 5 salários mínimos e
- 56% dos que são remunerados entre 5 e 10 salários mínimos.
Nos demais segmentos, os percentuais ficam próximos entre si:
- 35% dos desempregados ou sem renda fixa, 35% do grupo contemplado com até 2 salários mínimos e
- 38% dos posicionados acima do patamar de 10 salários.
Pessoas que não têm renda são as que menos contam com o benefício, 59%.
Pessoas que não têm renda são as que menos contam com o benefício, 59%.
No comparativo por região, o Sul concentra a maior porcentagem de pessoas com acesso aos medicamentos, 58%.
Na outra ponta, está o Norte, onde verificou- -se o mais baixo índice, 31%.
Destaca-se, ainda, que as 2 áreas geográficas são as que apresentam, respectivamente, o maior e o menor número de aprovações sobre o atendimento do SUS.
3.Falta de médico é a principal queixa de quem vai a postos de saúde
Demanda é citada por 43% dos que frequentam os estabelecimentos. Escassez de medicamentos e equipamentos para exames também é destaque
A ausência de médicos é a maior carência dos usuários dos postos de saúde –4 a cada 10 pessoas (43%) apontam o deficit no número de profissionais como a queixa mais relevante.
Completa o ranking a falta de medicamentos (28%), de equipamentos apropriados para exames (26%) e de outros itens (4%).
- Ao menos 6 a cada 10 usuários (64%) que ganham entre 2 e 5 salários mínimos dizem sentir necessidade de mais médicos nessas estruturas.
- A reclamação também predomina nas faixas anteriores –37% no público desempregado ou sem renda fixa e
- 46% dos que contam com até 2 salários mínimos.
A dificuldade mais mencionada por quem é remunerado entre 5 e 10 salários mínimos é a demanda por medicamentos, destacada por 61%.
Já aqueles que recebem acima de 10 salários assinalam como desafio primordial a escassez de equipamentos adequados para exames nos postos de saúde, componente ressaltado por 33%
A dificuldade mais mencionada por quem é remunerado entre 5 e 10 salários mínimos é a demanda por medicamentos, destacada por 61%.
Já aqueles que recebem acima de 10 salários assinalam como desafio primordial a escassez de equipamentos adequados para exames nos postos de saúde, componente ressaltado por 33%
4.Saúde é prioridade dos brasileiros, mas 71% não fazem atividade de prevenção (dos usuários do SUS)
Cuidado com a saúde é item destacado dentre os principais focos da população. Em contrapartida, minoria pratica atividades físicas ou vai à academia .
Os brasileiros atendidos pelos SUS apontam a saúde como um bem por eles priorizado na vida, mas a ampla maioria (71%) não faz atividades voltadas à prevenção e promoção de cuidados, como ir à academia ou praticar exercícios físicos.
Os dados da pesquisa revelam que “cuidar da saúde” é item destacado por 39% dos entrevistados, ao lado de “família”, que obteve 41% das menções. Na sequência, em quantitativos inferiores, estão trabalho (12%) e estudos (5%).
À medida que se eleva a faixa etária, maior é a preocupação sobre as condições de saúde: 24% (16–24 anos); 36% (25–44 anos), 43% (45–59 anos) e 54% (60 anos ou mais).
Esse também é o foco principal do público desempregado ou sem renda fixa (44%).
Nas 3 faixas posteriores, o percentual declina para 38% (até 2 salários míni mos), 28% (entre 2 e 5 salários mínimos) e 8% (entre 5 e 10 salários mínimos).
Neste último grupo, “família” sobressai-se, com 71% das respostas.
O levantamento mostra, ainda, que 1 a cada 4 pessoas (25%) que recebe acima de 10 salários mínimos tem como prioridade o cuidado com a saúde.
Para esse grupo, desponta como preocupação número 1 o trabalho (31%).
Na análise sobre a prevenção, o viés demonstra que, quanto maior a renda, maior a prática dessas atividades, que chega a 63% dos que recebem mais de 10 salários mínimos, o dobro do resultado constatado no grupo dos desempregados ou sem renda fixa (31%).
A parcela fica em 36% no grupo que tem de 2 a 5 salários mínimos mensais e em 43% na faixa de 5 a 10 salários mínimos.
Originalmente publicado em https://anahp.com.br
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