Health Revolution Institute
Data and Analytics Health Revolution Unit
Joaquim Cardoso MSc.
April 28, 2022
Prioridades para a pesquisa do câncer em países de baixa e média renda: uma perspectiva global
Esta semana publicamos o estudo sobre prioridades em pesquisa de câncer em países de baixa e media renda (LMICs — Low and Mid Income Countries)
O Estudo teve a participação do Dr. #Victor Piana Andrade do #A.C.Camargo Cancer Center
O relatório reporta que há várias lacunas no empreendimento de pesquisa de LMICs precisam ser abordadas para promover pesquisas regionalmente relevantes.
A primeira lacuna apontada é a escassez de dados confiáveis.
Ao detalhar o tema, o “paper” enfatiza que “Os dados nacionais e subnacionais de câncer são um requisito obrigatório para avaliar a magnitude da carga de câncer e um parâmetro essencial para avaliar a eficácia ou não de qualquer intervenção na atenção primária, secundária ou terciária.
A incidência, a mortalidade e o estágio de câncer específico do local são mal caracterizados ou ausentes em muitos países de baixa e média renda, com apenas um em cada cinco países capaz de relatar dados de câncer de qualidade suficiente para determinar estimativas de incidência.
Apenas cerca de dois terços das cerca de 55 milhões de mortes totais anuais em todo o mundo são registradas por meio de um sistema de registro civil e estatísticas vitais, e até metade delas não são atribuídas a uma causa de morte.
A cobertura com registros de câncer de base populacional (RCPBs) permanece baixa na América do Sul (19% da população total é coberta por um registro) , Ásia (15%) e África (13%), e a amostragem é predominantemente subnacional, urbana tendenciosa e de qualidade variável.
A criação de fontes de dados confiáveis, como PBCRs representativos nacionalmente, deve ser priorizada por todos os países para orientar seus planos de controle do câncer e prioridades de pesquisa.
Além disso, como muitos LMICs não possuem registros de câncer existentes, eles representam um terreno fértil para inovação por meio da aplicação de novas ferramentas digitais , como soluções baseadas em nuvem, captura eletrônica de dados, inteligência artificial e ferramentas de aprendizado de máquina para controle de qualidade, novos métodos de vinculação de dados e envolvimento de profissionais da linha de frente e pacientes nos processos de registro de câncer”
Priorities for cancer research in low- and middle-income countries: a global perspective
O abandono financeiro do Registro de Câncer de Base Populacional — Cidade de SP
Também também nesta semana, a Faculdade de Saúde Pública publicou um relatório de situação sobre o abandono financeiro do Registro de Câncer na cidade de São Paulo.
Segundo a profa. Maria do Rosário ““Há quatro anos não recebemos repasses do Ministério da Saúde. O recurso que recebíamos, passou a ser verba SUS e agora não é repassado para o Registro de Câncer de Base Populacional de São Paulo, que tem vivenciado grandes dificuldades”, relatou a coordenadora do RCBP-SP.”
Melhorando o Valor dos Cuidados de Saúde — O Caso dos Registros de Doenças
Para dar uma visão geral sobre o tema de Registros de Doenças, e sua importância para a Saúde Baseada em Valor, resgatamos um estudo clássico sobre o tema.
Segundo os autores, “apesar de décadas de análises de utilização e controles de custos, os custos de saúde continuam a aumentar em muitos países desenvolvidos — muitas vezes a níveis insustentáveis.”
Uma abordagem já mostrou grande potencial para melhorar a qualidade do atendimento: registros de pacientes que rastreiam resultados em uma população de pacientes com o mesmo diagnóstico (por exemplo, infarto agudo do miocárdio) ou em uma população de pacientes que foram submetidos a um procedimento médico comum ( por exemplo, cirurgia de catarata)”.
A Suécia tem sido uma referência internacional no estabelecimento de registros de doenças, com alguns datando da década de 1970. Hoje, a Suécia possui quase 90 registros que cobrem mais de 25% do total dos gastos nacionais em saúde.
Mesmo em países avançados como a Súecia, “ao investir US$ 70 milhões anualmente em registros de doenças, recursos de análise de dados e infraestrutura de TI, a Suécia poderia reduzir seu crescimento anual em gastos com saúde de estimados 4,7% para 4,1% [uma redução de custos de 13% em termos de PIB] (estimativa de 2011)
Ou seja, além de melhorar a qualidade e o desfecho clínico, os registros de doenças quando utilizados junto com um benchmarking internacional também ajudam a reduzir custos.
Conclusão e recomendações
Recomendamos a priorização de iniciativas de Bancos de Dados e de Registros de Doenças na Saúde no Brasil.
Fazemos eco aqui com o estudo que teve a participação do Dr. Andrade, que recomendam entre outras coisas que “a criação de fontes de dados confiáveis, como PBCRs representativos nacionalmente, deve ser priorizada por todos os países para orientar seus planos de controle do câncer e prioridades de pesquisa.”
O que você, sua organização, sua rede além de sua cidade, estado e nação podem fazer a respeito.
Joaquim Cardoso MSc.
Health Revolution Institute
Data and Analytics Health Revolution Unit
28 de Abril de 2022data