Primeiro centro nacional de vacinas do Brasil será em Minas Gerais


Orçamento de R$ 80 milhões permitirá construir estrutura voltada à produção de imunizantes e controle de doenças


G1
Por Minas do Amanhã
08/11/2021
Gettyimages


Um ambiente de Ciência, Tecnologia e Inovação comparado ao Centro da Universidade de Oxford que desenvolveu a vacina AstraZeneca. 
Essa deverá ser a ‘cara’ do Centro Nacional de Vacinas, que tem previsão para começar a ser construído, em Belo Horizonte, em janeiro de 2022.
 

A estrutura, inédita no Brasil, amplia as instalações do CTVacinas, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que desenvolveu a SpiNTec, vacina para Covid-19 com promessa de produção com 100% de insumos nacionais e que servirá de reforço para o combate à doença. 

A SpiNTec, que ainda irá passar pela fase de testagem do imunizante em humanos, se soma ao projeto da LeishTec, vacina para a leishmaniose visceral canina, também fruto do trabalho do CTVacinas.


O primeiro Centro Nacional de Vacinas brasileiro terá certificação dentro dos padrões internacionais. 

A expectativa é que a iniciativa permita ao Brasil ser produtor de vacinas no âmbito mundial, estando, inclusive, preparado para as próximas pandemias. 

A produção de imunizantes, hoje, cria as bases para a produção de outras vacinas no futuro, contra novas doenças, já que alguns processos se repetem em todo o percurso de desenvolvimento de um imunizante. 

Com a estrutura instalada em Minas Gerais, o objetivo é que o Brasil deixe a condição de refém da tecnologia internacional, agilizando a fabricação, por exemplo, de vacinas para infecções virais epidêmicas e pandêmicas, como malária, leishmaniose, doença de Chagas, zika, chikungunya, dengue e covid-19.

Com a estrutura instalada em Minas Gerais, o objetivo é que o Brasil deixe a condição de refém da tecnologia internacional …


“A mão de obra em Biotecnologia, em Minas Gerais, é altamente qualificada. Temos pesquisadores de renome internacional na UFMG, que é avaliada como uma das melhores universidades da América Latina. 

Somado a isso, o País conta com a credibilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ou seja, temos tudo para atrair para o Brasil, e especificamente para Minas Gerais, empresas fortes do exterior que possam produzir, a partir das nossas pesquisas, soluções modernas para a saúde humana e animal”, afirma Felipe Attiê, subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.


Ecossistema de imunidade

Para viabilizar o projeto, serão investidos R$ 80 milhões: 

  • R$ 30 milhões do Governo de Minas Gerais para a construção e importação de equipamentos laboratoriais, 
    sendo R$ 12 milhões disponibilizados pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e 
    – R$ 18 milhões pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG); 
  • e os outros R$ 50 milhões via Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).


Segundo o subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, o investimento busca criar um ecossistema não só de vacinas, mas de imunidade, com desenvolvimento de produtos tecnológicos para defesa do organismo humano, abrangendo anticorpos e testes de diagnósticos, atuando também na saúde animal: 

“Com esse ecossistema fortalecido em Minas Gerais, iremos atrair mais pesquisadores e players da iniciativa privada para impulsionar o estado na fronteira da CT&I.”


Reconhecimento

Para viabilizar o Centro Nacional de Vacinas, serão construídos dois anexos no espaço do CTVAcinas e adquiridos equipamentos importados. 

A expansão é um reconhecimento ao trabalho realizado por 

  • uma equipe altamente qualificada da UFMG, 
  • em parceria com o Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e 
  • o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTEC).

“Esses pesquisadores vêm entregando uma série de contribuições à sociedade na área de Biotecnologia, por isso não chega a ser uma grande surpresa terem concebido a primeira vacina brasileira contra a Covid-19. 

Minas é muito forte em Ciência, Tecnologia e Inovação, só precisamos dar mais visibilidade ao que está sendo feito aqui”, conclui Marco Aurélio Crocco, diretor-presidente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC).


Originally published at https://g1-globo-com.cdn.ampproject.org on November 8, 2021.


TAGS: Access to Vaccines Strategies; Projects


Nomes citados

Felipe Attiê, subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.

Marco Aurélio Crocco, diretor-presidente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC).




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